Dívida pública bruta do Brasil cresce e atinge 76,6% do PIB em junho

Dívida pública atinge R$ 9,4 trilhões e acende alerta fiscal
A dívida pública bruta do Brasil voltou a crescer e fechou o mês de junho em 76,6% do PIB, o equivalente a R$ 9,4 trilhões.
Já a dívida líquida, que desconta os ativos do governo, também subiu e atingiu 62,9% do PIB, o maior patamar da série histórica.
O valor representa uma alta de 0,5 p.p. em relação a maio — e mais um sinal de alerta sobre a saúde das contas públicas. A expectativa é que o valor chegue a 82% até o fim do próximo ano.

A dívida bruta, que engloba o governo federal, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e as administrações estaduais e municipais, é um dos principais indicadores usados por investidores para analisar a situação fiscal do país.

Esse indicador é geralmente comparado ao PIB, o que permite avaliar se o nível de endividamento do setor público é viável a longo prazo. Atualmente, a evolução dessa dívida é motivo de atenção no mercado financeiro.

O aumento da taxa de juros representa um fator adicional de pressão sobre o endividamento do governo. De acordo com o Banco Central, cada ponto percentual de acréscimo na taxa Selic, mantido por um ano, acrescenta R$ 52,4 bilhões à dívida bruta — o equivalente a 0,43 ponto percentual do PIB.

Nesta quarta-feira (30), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, encerrando o ciclo de aumentos com a Selic no maior patamar registrado em 19 anos.